sexta-feira, 10 de junho de 2011

Sejamos cautelosos com julgamentos

Tenho acompanhado há mais de 10 anos as ministrações do pastor Ricardo Gondim, lider da igreja Betesda e além de ter aprendido muito com ele me sinto em condições de entrar em defesa desse cidadão que tem lutado bravamente contra uma "pseudo igreja" que tenta dominar as massas através da diminuição do tamanho de Deus. Querem diminui-lO ao ponto de conseguirem entender algo que não se pode concientizar e sim SENTIR que é o seu poder. Ouço orações pelas radios que mais parecem ameaças de tanta arrogancia contida nas palavras desses pseudo homens de Deus, ou senão é a linha do peço fazendo vóz de choro como crianças mimadas querendo impressionar seus pais!
Ricardo Gondim é amigo pesoal e parceiro em idéias e ideais de  Ed René Kiwitz, lider da Igreja Batista da Agua Branca da qual sou membro; sobre o qual já perdi a conta de quantas vezes ouvi e aprendi de Deus com seus sermões. Ambos me ajudaram a ampliar uma visão mais sistemica sobre as promessas da biblia e sobre como não se deve retirar os textos de contextos para criar pretextos. Devo boa parte de minha maturidade espiritual a um certo ceticismo que com eles aprendi, sem prejuizo à minha fé, é bom que se diga.

Hoje recebi um link sobre uma entrevista que Ricardo Gondim deu à revista Carta Capital recentemente, a qual transcrevo a seguir e não aguentei permanecer calado sobre o tema:

Aos 57 anos, pastor há 34, Gondim é líder da Igreja Betesda e mestre em teologia pela Universidade Metodista. E tornou-se um dos mais populares críticos do mainstream evangélico, o que o transformou em alvo. “Sou o herege da vez”, diz na entrevista a seguir.

Carta Capital: Os evangélicos tiveram papel importante nas últimas eleições. O Brasil está se tornando um país mais influenciável pelo discurso desse movimento?
RG: Sim, mesmo porque, é notório o crescimento no número de evangélicos. Mas é importante fazer uma ponderação qualitativa. Quanto mais cresce, mais o movimento evangélico também se deixa influenciar. O rigor doutrinário e os valores típicos dos pequenos grupos de dispersam, e os evangélicos ficam mais próximos do perfil religioso típico do brasileiro.

CC: Como o senhor define esse perfil?
RG: Extremamente eclético e ecumênico. Pela primeira vez, temos evangélicos que pertencem também a comunidades católicas ou espíritas. Já se fala em um “evangelicalismo popular”, nos modelos do catolicismo popular, e em evangélicos não praticantes, o que não existia até pouco tempo atrás. O movimento cresce, mas perde força. E por isso tem de eleger alguns temas que lhe assegurem uma identidade. Nos Estados Unidos, a igreja se apega a três assuntos: aborto, homossexualidade e a influência islâmica no mundo. No Brasil, não é diferente. Existe um conservadorismo extremo nessas áreas, mas um relaxamento em outras. Há aberrações éticas enormes.

O senhor escreveu um artigo intitulado “Deus nos Livre de um Brasil Evangélico”. Por que um pastor evangélico afirma isso?
Porque esse projeto impõe não só a espiritualidade, mas toda a cultura, estética e cosmovisão do mundo evangélico, o que não é de nenhum modo desejável. Seria a talebanização do Brasil. Precisamos da diversidade cultural e religiosa. O movimento evangélico se expande com a proposta de ser a maioria, para poder cada vez mais definir o rumo das eleições e, quem sabe, escolher o presidente da República. Isso fica muito claro no projeto da igreja Universal. O objetivo de ter o pastor no Congresso, nas instâncias de poder, pode facilitar a expansão da igreja. E, nesse sentido, o movimento é maquiavélico. Se é para salvar o Brasil da perdição, os fins justificam os meios.

O movimento americano é a grande inspiração para os evangélicos no Brasil?
O movimento brasileiro é filho direto do fundamentalismo norte-americano. Os Estados Unidos exportam seu american way of life de várias maneiras, e a igreja evangélica é uma das principais. As lideranças daqui leem basicamente os autores norte-americanos e neles buscam toda a sua espiritualidade, teologia e normatização comportamental. A igreja americana é pragmática, gerencial, o que é muito próprio daquela cultura. Funciona como uma agência prestadora de serviços religiosos. de cura, libertação, prosperidade financeira. Em um país como o Brasil, onde quase todos nascem católicos, a igreja evangélica precisa ser extremamente ágil, pragmática e oferecer resultados para se impor. É uma lógica individualista e antiética. Um ensino muito comum nas igrejas é de que Deus abre portas de emprego para os fiéis.
Eu ensino minha comunidade a se desvincular dessa linguagem. Nós nos revoltamos quando ouvimos que algum político abriu uma porta para o apadrinhado. Por que seria diferente com Deus?
O senhor afirma que a igreja evangélica brasileira está em decadência, mas o movimento continua a crescer.
Uma igreja que, para se sustentar, precisa de campanhas cada vez mais mirabolantes, um discurso cada vez mais histriônico e promessas cada vez mais absurdas está em decadência. Se para ter a sua adesão eu preciso apelar a valores cada vez mais primitivos e sensoriais e produzir o medo do mundo mágico, transcendental, então a minha mensagem está fragilizada.

Pode-se dizer o mesmo do movimento norte-americano?
Muitos dizem que sim, apesar dos números. Há um entusiasmo crescente dos mesmos, mas uma rejeição cada vez maior dos que estão de fora. Hoje, nos Estados Unidos, uma pessoa que não tenha sido criada no meio e que tenha um mínimo de senso crítico nunca vai se aproximar dessa igreja, associada ao Bush, à intolerância em todos os sentidos, ao Tea Party, à guerra.

O senhor é a favor da união civil entre homossexuais?
Sou a favor. O Brasil é uni país laico. Minhas convicções de fé não podem influenciar, tampouco atropelar o direito de outros. Temos de respeitar as necessidades e aspirações que surgem a partir de outra realidade social. A comunidade gay aspira por relacionamentos juridicamente estáveis. A nação tem de considerar essa demanda. E a igreja deve entender que nem todas as relações homossexuais são promíscuas. Tenho minhas posições contra a promiscuidade, que considero ruim para as relações humanas, mas isso não tem uma relação estreita com a homossexualidade ou heterossexualidade.

O senhor enfrenta muita oposição de seus pares?
Muita! Fui eleito o herege da vez. Entre outras coisas, porque advogo a tese de que a teologia de um Deus títere, controlador da história, não cabe mais. Pode ter cabido na era medieval, mas não hoje. O Deus em que creio não controla, mas ama. É incompatível a existência de um Deus controlador com a liberdade humana. Se Deus é bom e onipotente, e coisas ruins acontecem., então há algo errado com esse pressuposto. Minha resposta é que Deus não está no controle. A favela, o córrego poluído, a tragédia, a guerra, não têm nada a ver com Deus. Concordo muito com Simone Weil, uma judia convertida ao catolicismo durante a Segunda Guerra Mundial, quando diz que o mundo só é possível pela ausência de Deus. Vivemos como se Deus não existisse, porque só assim nos tornamos cidadãos responsáveis, nos humanizamos, lutamos pela vida, pelo bem. A visão de Deus como um pai todo-poderoso, que vai me proteger, poupar, socorrer e abrir portas é infantilizadora da vida.

Mas os movimentos cristãos foram sempre na direção oposta.
Não necessariamente. Para alguns autores, a decadência do protestantismo na Europa não é, verdadeiramente, uma decadência, mas o cumprimento de seus objetivos: igrejas vazias e cidadãos cada vez mais cidadãos, mais preocupados com a questão dos direitos humanos, do bom trato da vida e do meio ambiente.


Fonte: Carta Capital


Religiosidade tende a cegar as pessoas... leiam atentamente o que ele disse! A posição é clara a favor de parar com o fingimento e deixar de ser promiscuo. Para mim promiscuidade é um pai de familia que se faz de PROBO CIDADÃO e "janta" a quem for preciso no mundo dos negócios ou ditos homens de Deus que querem redui-lO à pequenês de acatar orações agressivas e "ameaçadoras"... aparece alguém apresentando uma forma mais ampla de enxergar e de pronto a comunidade se alista em julgar e condenar! Dois homosexuais que querem morar juntos e viver uma vida reta e ética já fazem parte de nossa realidade, proibir isso se assemelha a querer proibir torcidas organizadas, é prender dentro de uma panela de pressão sentimentos que não se consegue sublimar à força.
Não estou defendendo o homsexualismo mas tento caminhar nos passos de Jesus que nunca fez assepsia de pessoas, exceto quanto a hipócritas.
Quando é que iremos parar com essas hipocrisias?
Chega de nos fingirmos de "bonzinhos"!!! Deus ve TUDO... podemos enganar a todos à nossa volta e até a nós mesmos mas não vamos enganar a Deus... esquece!
Nenhum de nós está próximo da perfeição que tentamos aparentar, vamos parar de nos enganar!
Aprendamos com o que nos trouxe Jesus e: quem não tiver pecado que atire a primeira pedra! 
Reflitam por favor...

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